A reciprocidade

A cautela vista nas relações atuais
reitera-se de distância e desconfiança
ensinadas por desilusões sentimentais.
Cada qual, então, cuida de sua segurança.

Imitam-se uns aos outros muito mais
pelas rusgas causadas, que pelas bonanças
recolhidas no auge desses encontros banais.
O mútuo interesse retrai e o tempo avança.

Chocados alguns imploram por sinais
indiscretos que possam inspirar confiança
de poderem se portar como meros mortais.

A valer muitos anseiam por uma aliança
de qualquer duração, mas de esquecer jamais:
é a reciprocidade que renova a esperança!