Notidivagações

Perdoe, meu amor,
Se, embebido em palavras,
Demoro para me deitar.
Destilada bebida lavra
As profundezas d'alma,
Faz pelo corpo um furor.
Que, sabido da ignorância,
Quero não mais dormir,
Preciso demais descobrir.

Mãe Terra

Mãe Terra, veio o homem do barro?
Diga-me de onde surgiu esse povo
Teria vindo do ovo ou do escarro
De um Deus ocioso...

Dessa gente que se multiplica
Erguendo templos pela vida
A trajetória é só ida ou cíclica 
Dor indivisa?

Responda-me, mãe Terra,
Como fluiremos nós?
Freáticos lençóis ou da serra
A correnteza.