Apraz?

Viemos ao mundo de maneira abrupta
Ainda não tenhamos superado, talvez
Imaturos ao lidar com a estupidez
Deste mundo que a tantos tem maltratado

Aquela ideia que os outros tem de vós
Dá-vos o vazio da vaidade. Enquanto
Embalados por inveja, vosso pranto
Vai só aumentando com passar da idade

A ânsia de destacar-se na multidão
Ignora muitas vezes a moral
Desnudando em vocês a face do mal

Ainda eles podem rever seus conceitos
Dinheiro, beleza, poder, isso apraz?
É questão que aflige quem procura paz

Souvenir

O­ correto seria ter certeza de que
Não há maneira mais estranha de iludir  
Do que olhar nos olhos e a verdade dizer,
Em palavras menos doces que um souvenir

Tampouco pode ser plausível enxergar
Em plena escura noite tão claro zênite
Mais míope se torna aquele que mui inocente
Vê no gesto algo além do que ele pode dar

Embora, se avisada, a guerra não se perde
Ruirá o castelo de quem tão pouco merece
Dar com os burros n’água de tanto sonhar

As miragens na areia lhe confundem a mente
Dando à consciência a convicção de que em frente
Está terra firme onde possa caminhar.

Imperativo

Olhe bem para dentro de ti,
Tarefa hercúlea é com certeza!
Examinar o que há no centro de si
Mostrará quem sabe o caminho da justeza

Perceba teu papel em cada cenário,
O script da vida sempre a mudar!
Novela pastelão ou mesmo documentário
Assim tu vives em par ou ímpar...

Ouça já essas palavras de amigo.
Verás o quanto há de valer
O conselho sincero de ouvir o teu ser.

Lembre que, se mais distraído estiveres,
Talvez preciosas oportunidades perderás,
Até o tempo em que opção não há.