Halter

Levanto pesos na academia
E, em que pese a consciência,
Cada halter altera o humor.
O suor que resta do porre
Escorre transparente no rosto,
Tem de lágrimas gosto,
Mas absorto, outro sabor.

Ao redor, redondas formas
Esculpidas pelas máquinas 
Que querem tesas, as flácidas,
E talvez, estúpidas, as sábias.
Mas com tesão, nenhum pudor.
Afinal, o corpo vivo
É mais que objeto altivo
Contemplado através do vidro.