Notívago

Mais sapeca que a Emília do sítio
Uma utopia também sem igual
Libera energia maior que a do lítio
Hipnotiza lançando olhar fatal

Equilibra-se entre a farra e o trabalho
Repondo noites sempre mal dormidas
Mescla corrida, cerveja e orvalho
Alheia agonia afaga em sua lida

Relembra rindo das dificuldades
As oportunidades a vida lhe deu
Vivendo livre de mágoa ou saudade

Imperativo instinto manhoso
Deixa notívago o peito deste poeta
À espera de outro beijo tão gostoso

Candelabro

Atrás dos seus olhos me via
Incrivelmente maior e melhor
Lua que chega cerca ao mar
Útil ao espaço onde é poesia.

Sabia porém ser só fantasia
Aquilo a além de mim se projetar
Oscilando formas diversas das minhas
Desdobradas pelos momentos de alegria.

Esplandece o ser mas não o vê 
O lume que mira o breu sem porquê 
Tal a gravidade, a curiosidade o tomba.

Irresistível como todo clichê 
Candelabro sagrado era você 
A luz no objeto; eu, sombra