eu via

No meu sonho, eu faço uma poesia
que depois de pronta não é minha
Porque se perde para o mundo
seu novo dono
Mas não, não a abandono
Nem mesmo por um segundo
Porque ainda que esteja na linha
Haverá sempre em mim sua melodia
que não saía
de imediato, demorava e retinha
os versos para extrair o mais profundo
e a demora cruzava noites; como o outono
que no entorno
desfolha as árvores, eu respirava fundo
para só dizer o que do coração vinha
No meu sonho, sem os óculos eu via
a poesia

Irreconhecível

 Estou em ininterrupto autoirreconhecimento Uma saudade de mim mesmo De um eu que parecia ser maneiro demais Tinha mais leveza no falar e no...