As ondas hoje quebram mais fortes
Sopradas pelo vento que as forma
Impedem que a embarcação aporte
À beira do porto seguro de outrora
Decerto é necessário rumar ao norte
Porque a ressaca não termina agora
E o pescador ciente dessa má sorte
Vai à solidão do oceano onde mora
O frio da noite não há ser que suporte,
O tempo lento na espera doutra aurora
Traz-lhe silêncio de sombra e de morte
Mas não busca um cais que o conforte
Só se sente em conforto se lá ancora
Pois lá o espera a paz de sua consorte