Halter

Levanto pesos na academia
E, em que pese a consciência,
Cada halter altera o humor.
O suor que resta do porre
Escorre transparente no rosto,
Tem de lágrimas gosto,
Mas absorto, outro sabor.

Ao redor, redondas formas
Esculpidas pelas máquinas 
Que querem tesas, as flácidas,
E talvez, estúpidas, as sábias.
Mas com tesão, nenhum pudor.
Afinal, o corpo vivo
É mais que objeto altivo
Contemplado através do vidro.

Irreconhecível

 Estou em ininterrupto autoirreconhecimento Uma saudade de mim mesmo De um eu que parecia ser maneiro demais Tinha mais leveza no falar e no...