O ar e a gente

Abraçando as paredes cálidas sem arte
O vento invade os lares dessa gente
Passa por casas boas e pobres
Sopra dentre o subúrbio inocente

Deslizando por ruas sinistras
A brisa esbarra em mentes vazias
Paira nela uma ave
Voa urubu! Que alegria!

Caindo na imensa periferia
O ar penetra tranquilo
Apaga a chama do questionamento
Aceita-se o modo em que se é vivido
Uivando nas curvas dos morros
A aragem canta como samba
Lamenta o frio da noite
Chora a miséria que é bamba

Escrevendo em folha avulsa
O pseudopoeta não escapa
Compõe esta sociedade
Que bebe, não digladia e se mata

Irreconhecível

 Estou em ininterrupto autoirreconhecimento Uma saudade de mim mesmo De um eu que parecia ser maneiro demais Tinha mais leveza no falar e no...