Apostas e desastres

Olhos de caça-niqueis na face
Vêem mais do que posso ganhar
Minhas apostas clamam pelo desastre
E são atraentes como um romance ímpar
Olhos embaralhados se confundem
Me iludem no desejo de enxergar
A dama de ouro na mesa
Em mais um jogo de azar

Olhos de criança esperançosa
Anseiam pelo ganho imediato
Detestam a espera e a tristeza
Avareza de um vício barato

Olhos galopantes sobre cavalos
Sofrem quedas desconcertantes
Estrábicos, pobres vassalos
Sacrificam meu ser repugnante

Olhos crédulos no grande lucro
Tementes aos Deuses e às roletas
Num triz cavam o próprio sepulcro
Entregam-me às dividas e aos capetas

Irreconhecível

 Estou em ininterrupto autoirreconhecimento Uma saudade de mim mesmo De um eu que parecia ser maneiro demais Tinha mais leveza no falar e no...