Eusébio Ferreira

Ferreira, dono de um cavalo marrom
Em francês, em português: castanho.
Enfim, Ferreira tinha medo de que
Eusébio seguisse caminho estranho.
Ou seja, um que ele não conhecesse
Medo de que o bicho saísse da linha
Então, antes que isso acontecesse
Privou-lhe de ver o que vinha,
Colocando tapa nos seus olhos.
Anteolhos eram uma boa forma
Dele não se assustar, mas cego
Precisa ele de algo que lhe informa
o caminho por onde deve andar.
Para isso havia simples solução
Comprou cabrestos para contê-lo.
Agora, o destino estava em sua mão.
Mas Eusébio, malgrado ser curioso,
Limitava-se só à observação e a crítica
Portanto, com isso ficara pouco ditoso
Desgostoso da perda da visão holística.
Mesmo sem luz no fim do túnel, seguia
Os passos coordenados por Ferreira,
Que inexperiente no manejo do cabresto,
Jogava ambos em buraco e ribanceira
Até o triste dia em que o dono distraído
Fez o equino topar numa pedra rasteira
Quebrada sua perna, o mais dolorido
Foi ter que sacrificar Eusébio Ferreira.



Irreconhecível

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